Corro

Corro à beira de um rio que corre em sentido contrário, levando tudo o que era para me acompanhar.
Corro à beira de um rio que leva uma água, sem espelhar nada do que vou fazendo.
Corro à beira de um rio, sózinho, ao compasso da corrente quando bate nas pedras que nele ocupam o espaço de um pequeno mundo.
Corro à beira do rio que vai não sei para onde e passa mesmo ao meu lado.

Mais uma

Mais uma noite que vai passando.
Sentado penso no dia que vi fugir à minha frente, como se atrás de si viesse o pior monstro dos meus sonhos de criança. Vi-o fugir, tão rapidamente que depois de o ver só me resta lembrar e já nada posso fazer para o ver outra vez. Já vai longe, muito longe.

Enquanto tento recordá-lo, vem bater à porta da minha memória, um sem número de imagens, fotografias que registei deste dia, que passou a fugir. Vêm sem rei nem roque, em grande confusão, sem qualquer tipo de ordem e eu tenho que exigir um pouco de calma e organizá-las para que possam entrar.

Mais uma noite que está a passar e passará tão mais rápido do que o dia que a antecedeu.
Mais uma noite em que penso e escrevo.

Festas passadas

Mais umas festas passadas, mais uns encontros promovidos, mais algumas alegrias consumadas, mais algumas tristezas tidas.
É nesta altura do ano que as emoções, mais, saem ás ruas, que os sentimentos sintilam em cada estrela que desperta no céu. É nesta altura que estamos mais atentos aos outros, mais preocupados, mais despertos ao que, em volta de nós se desenrola.
Estamos prontos para deixar, a todos, um sorriso, uma palavra amiga, um gesto mais atencioso, uma atenção redobrada. Estamos prontos para ajudar.
Que estas festas se repitam ao longo e durante todo o ano.
Não era bom?